Brincadeiras

A B. é uma criança que se porta muito bem na rua, adora passear, ir ao jardim, ao centro comercial, qualquer sitio desde que seja rua. Digo que se porta bem porque, habitualmente, não faz birras, não pede coisas (ainda) e dá-nos a mão. Mas agora, de vez, em quando corre para a irmos apanhar (a brincadeira preferida dela). Eu não me importo quando ela não sai do meu alcance visual.

Mas ontem, à saída de casa dos avós paternos, quando a ía sentar no carro, fugiu rua acima e virou na esquina entrando para o prédio. Chamei-a, ralhei, disse que não ía atrás dela e para ela voltar. Nada. Lá fui buscá-la. Quando cheguei estava sentada à entrada do prédio e diz-me:

- Tou aqui!!

Muito contente, para ela é uma brincadeira...
Eu ralhei com ela, a sério com voz grossa, e ela desatou logo a chorar (ofendidissíma). O caminho até ao carro (uns 20 metros) foi o suficiente para me arrepender. Bem sei que ela queria brincar e não fez por mal, mas infelizmente nos dias que correm, não os podemos perder de vista uns escassos segundos que seja.

Assim, já dentro do carro, com ela lavada em lágrimas, disse-lhe calmamente:

- A Mãe sabe que tu estavas a brincar mas não podes fugir dos pais!

Ela acalmou-se e o resto da tarde correu muito bem. Custa-me muito ralhar com ela mas não posso mesmo permitir que ela me fuja, mesmo que na brincadeira!